de Seres Humanos
Mulheres e meninas <br>são as mais exploradas
«Todos os anos, milhões de mulheres e meninas são traficadas em todo o mundo. Transformadas em mercadorias – compradas, vendidas, oferecidas, trocadas e descartadas – são exploradas nos criminosos negócios do trabalho escravo, da mendicidade e, sobretudo, da exploração sexual e da prostituição», denunciou o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), a propósito do Dia Europeu Contra o Tráfico de Seres Humanos, que anteontem, 18, se assinalou.
Em nota de imprensa, o MDM lembra que «na Europa, mais de 76 por cento das vítimas de tráfico são mulheres e, pelo menos, 15 por cento são crianças», «as mulheres e crianças são 95 por cento do total de pessoas traficadas para fins de prostituição» e «a forma mais comum de tráfico de seres humanos é a exploração sexual (67 por cento), seguida da exploração laboral (21 por cento).
«O tráfico e a prostituição são expressões de violência contra as mulheres e as crianças incompatíveis com a dignidade humana e são um atentado aos seus direitos fundamentais», acentua o movimento.
O Dia Europeu Contra o Tráfico de Seres Humanos, instaurado pela Comissão Europeia, pretende aumentar a consciência da sociedade em geral e em particular dos governos para a grave violação dos direitos humanos que constitui o crime de Tráfico de Seres Humanos (TSH).
Para o MDM, assinalar este dia é também chamar a atenção para o combate às políticas geradoras da exploração das mulheres e das meninas, vítimas de gente sem escrúpulos, que aproveita as condições de pobreza e de guerra em que vivem, sedentas de buscar a sua libertação e a melhoria das suas condições de vida.
Novos caminhos
O Parlamento Europeu já reconheceu que o mercado da prostituição fomenta o tráfico de pessoas, funciona como uma forma de introduzir a oferta de mulheres e raparigas menores nesses circuitos comerciais e agrava a violência contra as mulheres.
O MDM acentua que é preciso «responsabilizar os países que legalizaram/regularam a prostituição», nomeadamente a Alemanha e a Holanda, pelo aumento exponencial da prostituição e do tráfico, não só nesses países como em toda a Europa.
O movimento exige «novos caminhos para o País e para as mulheres, assumidos e concretizados em medidas para a prossecução dos direitos ao trabalho e ao emprego estável, à saúde, à educação, segurança e protecção sociais», defende «o cumprimento do Plano Nacional de Combate ao TSH» e a criação «de um Plano de Combate à Exploração na Prostituição».